Ao discutir a internet como um direito que possibilita o acesso a outros direitos, é fundamental a importância da infraestrutura, considerando problemas como falta de energia elétrica e interrupções devido a condições climáticas resultantes do racismo ambiental, e como a lógica capitalista de consumo imediato impacta diferentes territórios e comunidades em vários níveis, inclusive global e corporativo, trazendo atenção para o papel das Big Techs na lógica do extrativismo digital, semelhante às práticas de grandes mineradoras e petroleiras, reforçando desigualdades sociais ao não respeitar à autonomia e autodeterminação dos povos e territórios amazônicos. Por isso, nesta trilha nós vamos discutir caminhos sobre Novas Tecnologias, colonialismo de dados, afrofuturismo, propriedade intelectual & Tecnobrega.
Endoida, c@r4lh#!
O tecnobrega é um ritmo eletrônico paraense que faz uso da tecnologia como ferramenta fundamental nas suas produções musicais e culturais, popularizando-se distante das grandes gravadoras, geralmente associado a população mais jovem, além de ser um ritmo advindo das periferias de Belém do Pará.
Junto ao movimento das grandes aparelhagens paraenses, é possível encontrar o que há de mais novo da tecnologia dentro das mixagens dos DJ’s e produtores musicais do segmento, com aparato de última geração, dentre uso de softwares e hardwares avançados, que culminam nas produções que misturam ritmos como calypso, lambada e brega; ainda é possível ver referências nas naves de aparelhagens, que apresentam elementos referentes a robótica com referências locais, como o Crocodilo, a Águia de fogo e o Búfalo do Marajó, além de paredões de som que alcançam altos decibéis e até nos figurinos de DJ’s, que trazem elementos tecnológicos nas suas criações e que nos dão a visão de quais nortes o imaginário popular das periferias amazônidas apontam nestas discussões.